Se ser exigente com os princípios que regem a fé e as práticas religiosas é LEGALISMO, eu faço esta escolha sem medo de estar me colocando no mesmo patamar dos Fariseus. Existem aspectos importantes dentro do tema que não podem ser abandonados, mas que foram desprezados pelos defensores da liberdade religiosa pregada nos quatro cantos do universo. A distância entre o coração e a mente é muito pequena biologicamente falando, mas no âmbito espiritual esta torna-se kilométrica. Muitos tratam o coração sem relacioná-lo com a mente ou cérebro esquecendo que um depende diretamente do outro no que diz respeito à vida espiritual.
A grande questão é que tem muita gente esperta usando a desculpa de “não querer” ser legalista para liberar geral. Preferem a libertinagem espiritual a terem que mostrar qualquer objeção aos conceitos modernos de religião. Acendem uma vela para Deus e outra para o Diabo e tudo bem! Uns buscam uma religião “LIGHT” outros “DIET”, pois não estão dispostos a pagar o preço real por uma vida comprometida de verdade com os valores expressos nas Escrituras. O “crucificado eu já estou com Cristo” não faz sentido, pois ele já pagou o preço e me deu liberdade TOTAL, argumentam os anti-legalismo.
Vivemos um momento muito perigoso onde o cristianismo relaxado domina, onde ninguém quer se opor a nada e tudo é permitido. Deixamos de olhar para Jesus Cristo como padrão e passamos a adotar conceitos de homens que não têm qualquer intimidade com Deus, outros que visam apenas os seus interesses.
A religião foi literalmente banalizada e em nome de avanços tecnológicos, culturais e sociais os homens acharam mais conveniente adaptar a fé a estes conceitos do que abraçar a causa de fortalecê-los sobre o fundamento sólido, Cristo Jesus.
É certo que a moderação é o melhor caminho, mas daí a atrelar com mundo em alianças escusas que comprometem o exercício da fé é outra conversa. Em nome da liberdade religiosa tem muita gente falando e fazendo bobagem; pregando heresias que atropelam e ofuscam a beleza do Evangelho levando o mesmo ao descrédito total como vemos hoje.
Falamos de Jesus, confessamos que o adotamos como padrão para as nossas vidas, no entanto não estamos dispostos a praticar na sua profundidade nem na sua extensão aquilo que ele praticou. O lado fácil da vida de Jesus nos interessa, assim usamos a desculpa das “Bodas de Cana” para justificar a nossa participação em qualquer tipo de bagunça patrocinada pela religião hoje. A desgraça que intitularam de “GOSPEL” transformou-se numa armadilha para que o culto e a adoração fossem deturpados dando lugar a uma onda de estrelismo jamais visto na história do cristianismo.
Na verdade o que os críticos do legalismo querem e lutam para implantar é uma religiosidade de formas, sem qualquer conteúdo; que preencha os vazios do bolso, do corpo e não da alma e do coração. Querem impor uma fé incapaz de mover até mesmo um grão de mostarda, voltada para o materialismo em detrimento total da espiritualidade. Inferno para estes não faz muito sentido e, via de regra, até defendem praticas que são claramente perpetradas nos seus laboratórios.
O que na verdade precisamos é de um cristianismo autêntico, fundamentado nos ensinos Sagrados, despido de conceitos pessoais e da máscara religiosa que criaram para o evangelho hoje. Precisamos de homens comprometidos com o Evangelho e não com evangélicos; obcecados por conhecerem mais a Bíblia e não Israel ou as Terras Santas.
Em nome do “AMOR”(?) e eu não consigo ver qual, os homens estão demolindo o cristianismo edificando sobre ele uma religião relaxada e desprovida de princípios, onde o que vale é a liberdade convertida pelo Diabo em libertinagem. A “DESCENCIA” e a “ORDEM”, regras básicas dos conceitos cristãos foram abolidas. O que antes era condenável tornou-se aplicável depois da intervenção cirúrgica de Satanás na mente do homem que anestesiou a alma e o coração impedindo que os sentimentos de respeito e de reverência a Deus fossem postos de lado. Ser evangélico ou não, a diferença está apenas no título, pois em se tratando de comportamento as divergências inexistem, as práticas cristãs se equipararam as do mundo e o vale tudo transformou-se em regra para o exercício da fé. Transformaram a IGREJA em clube; o CULTO em espetáculo; os PREGADORES em animadores de auditório; o LOUVOR em show onde quem aparece sistematicamente são os artistas, deixando o Espírito Santo num canto qualquer do palco; os MISSIONÁRIOS em curandeiros; a RELIGIÃO em um negócio mais rentável que a Bolsa de Valores – BM&F – e parece que não há nada de anormal nisto.
Lamentavelmente o homem não busca a Deus pelo que ele é, e sim o que Deus pode lhe dar; os interesses são explícitos na onda de prosperidade que invadiu todas as camadas da vida religiosa onde até o catolicismo embarcou nesta canoa materialista voltada para as necessidades terrenas da carne, mas que distanciam o homem do objetivo principal que é o céu.
por: Carlos Roberto Martins de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário